Com uma área ocupada de mais de 14,7 mil hectares, o equivalente a mais de 14 mil campos de futebol, as florestas de mangue do estado do Rio de Janeiro evitam a emissão de 25 milhões de toneladas de carbono. É o que revela um estudo realizado pela Enauta, em parceria com Núcleo de Estudos em Manguezais (NEMA) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em valor monetário, o estoque contido nas áreas naturais de mangue do Rio somaria mais de meio bilhão de reais.
1.Projeto Mangues do Rio
Batizado de Mangues do Rio, o projeto e seus resultados foram apresentados nesta segunda-feira, dia 03, na sede da Enauta, no Centro do Rio. O evento contou com a presença de representantes da Secretaria Estadual de Energia e Economia do Mar; da Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade e da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). O CEO da Enauta, Décio Oddone, entregou oficialmente o projeto na íntegra e seus resultados para o Secretário Estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, e para o Superintendente de Tecnologia e Meio Ambiente da ANP, Raphael Moura.
Liderado pelo Professor Mário Soares, coordenador do NEMA, com a participação de 18 pesquisadores, o projeto avaliou a contribuição das florestas de mangue do estado para a mitigação do aquecimento global. Em dois anos, os pesquisadores contabilizaram de maneira minuciosa a quantidade de carbono estocada em todas as florestas de mangue do estado, além de analisarem o papel das unidades de conservação costeiras em conter o processo de degradação dos manguezais fluminenses e, por conseguinte, na retenção de carbono.
2.Sistemas Costeiros
Ao todo, cinco Sistemas Costeiros onde se encontram as principais florestas de mangue foram analisados. O estudo quantificou o carbono associado às árvores de mangue, incluindo suas raízes e associado ao solo do ecossistema. Esta é a primeira vez que um estudo deste tipo é realizado para a totalidade dos manguezais de um estado no Brasil.
A pesquisa identificou, por exemplo, a alta capacidade de armazenamento de carbono pelas florestas de mangue, com valores estimados entre 424,6 e 489,1 tC.ha-1 – cerca de meia tonelada de carbono em uma área equivalente a um campo de futebol.
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Baía da Ilha Grande
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Baía de Sepetiba
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Baía de Guanabara
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Baixada de Jacarepaguá
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Baixada Norte Fluminense
A Enauta, através da cláusula de P&D da ANP, investe sistematicamente em projetos de pesquisa e desenvolvimento que aprimoram o conhecimento e a capacidade de gestão sustentável dos ambientes marinhos e costeiros. Foram dois anos de trabalho que nos ajudaram a determinar o estoque de carbono armazenado nas florestas de mangue do estado do Rio de Janeiro, e o seu potencial valor econômico.
Rebeca Kiperman – Gerente de Sustentabilidade da Enauta.
Para o pesquisador Mário Soares, coordenador do NEMA, grupo de pesquisa pioneiro nos estudos de sequestro de carbono em manguezais brasileiros, “O projeto Mangues do Rio é um marco nos estudos acerca do papel dos manguezais, pois além da quantificação do carbono, faz um diagnóstico do nível de conservação desse ecossistema nas últimas quatro décadas, analisa o papel das unidades de conservação e estima o valor monetário do carbono armazenado.”
As informações geradas, agora, poderão ser usadas por diferentes setores da sociedade. Além de pautarem novos estudos científicos, poderão auxiliar processos de gestão, seja na esfera do governo do estado, como no âmbito de cada um dos municípios costeiros do Rio de Janeiro. Traz ainda novos subsídios para os gestores de unidades de conservação, sejam elas federais, estaduais ou municipais e para ONGs e comunidades tradicionais que se preocupam com a conservação desse valioso ecossistema.